Sunday, March 25, 2007

Obsessor

No fundo, bem no fundo, eu queria ser um cara diferente.
Queria ter cabelos longos, morar em um lugar que tivesse clima frio. Queria viver de música!
Pensando bem, eu queria mesmo é viver do que escrevo e falo. Ser um jovem escritor, que lê e escreve sobre o que tem vontade.
Queria ter mais habilidade e destreza com a máquina de escrever e com o cérebro.
Não ter lembranças cegas e não me tornar o que se estou me tornando.
Gostaria de perder a mania de beber, de andar pelas ruas. De não falar com qualquer mulher que me agrada fisicamente, de não ser mais promíscuo e louco. Seria bom, também, se eu não precisasse de certas drogas pra viver. Sim, eu preciso das drogas! ( Droga é qualquer coisa que causa dependência, no meu modo de ver).
Ser mais calmo, preciso e menos irreal. Colocar os famosos pés no chão, levar uma vida alternativamente normal. Meu pai diz que é possível. Meu pai diz que é totalmente possivel ser feliz fazendo o que se gosta. Disse que não é como ele imaginava, que quando tinha minha idade sonhava em ser geografo mas não sonhava em ser pai, nem em residencia fixa.
Eu não sonho alto. Acho que já falei o que quero. É fácil deduzir o que não quero agora.
Não quero ser responsável, não quero fazer coisas das quais me envergonho, não quero usar blusas de bandas, não quero ter uma namorada que me diz o que é certo ou errado.
Na verdade, bem fundo, é disso que eu preciso. Não preciso de uma namorada como as que tive, preciso de coisas novas. Não preciso de ninguém, sinto-me muito bem assim. Mas às vezes, só às vezes, dá saudade dos telefonemas e das declarações. Quando me sinto assim, meio sozinho, pego o telefone e ligo pra última menina que fiquei e marco um próximo encontro. Não estou esbanjando, acho que não estou em condições para esbanjar. São 2:30 de segunda-feira e eu estou visivelmente bêbado. Perdi minhas lentes, estou parcialmente cego.
Ultimamente tenho me julgado tão bom, tão superior aos atritos com o mundo que não procuro mais ajuda nas relações passadas.
Incrivel, eu escrevo melhor quando estou dopado. É impossivel viver sem as drogas, eu sei disso.
Se um dia eu morrer, só vou deixar meus discos e meus escritos. Portanto, não me preocupo muito. Só vou levando. Diferentemente de alguns dias que se passaram, tenho prazer em dizer: estou vivo. Vivo cada dia, vivendo e morrendo em todos meus momentos.
Minha cabeça gira, o melhor a fazer é deitar e tentar dormir. E é isso, cada dia mais vivo!

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