Saturday, March 03, 2007

Engodo

Com ou sem você, eu sigo. Vivendo cada dia, tombando a cada cruzamento. Servindo de escora, de apoio. Alugado, servi-me como nunca.
Enfim, deu-se o fim. A flor que dei, servia para que achasse alguém. Não alguém que tomou-me amor, mas alguém que mostrou quem sou.
Eu fiz de tudo pra você perceber, você percebeu.
A mesma flor me deu alguém pra amar. Quanto a mim? Você assim e eu, por final, sem o mérito desmerecido.
Depois do tempo que se passa lentamente, vejo a verdade.
Vejo a verdade e que a verdade não é a pior.
Que, mesmo sabendo disso, eu teimei.
Fiz o pior.
O amuleto que tanto guardei, deixei cair. Agora só me resta tentar pegar no ar enquanto ele não toca o chão.
Ah, esse sereno misturado com fumaça e neblina... Um capricho, uma rixa, um mal.
Nesse imbróglio, eu ainda aguento ouvir outro não.
Um talvez, um sim... Eu mereço, enfim.
Pense bem, não pense assim.
A volta, a ida, a volta que se deu. É assim, idas e vindas intermináveis.
Um dia a viagem acaba, acomodo-me e findo por cessar essa busca pela pausa da inquietude.
Nesse engodo, vejo-me cada vez mais repetitivo. Cada vez mais cansativo. Cada vez menos original. Totalmente emblemático e surrado. Uma farda velha, com botões de madre-pérola, que olhas e dizes: ''é, já foi boa!''
Eu sei, me perdi, mas só me acho em ti.

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